"A fé sem as obras é morta." A
frase vagueava pela minha mente enquanto eu ouvia o pregador falando sobre a
participação da igreja no abrigo local durante o tempo frio. Eu havia crescido
numa família cristã e ouvia coisas como essa a minha vida toda.
Mas, por alguma
razão, ultimamente aquilo me atingia. Minha fé era a de um banco confortável.
De sorrisos e apertos de mão. Uma fé do tipo "sim, eu sei dessa história
dos carentes, mas estou muito ocupada e na verdade isso não me afecta".
Uma fé vazia.
Meu esposo e eu discutimos várias vezes
a importância do atendimento à comunidade, e ambos dissemos que nos
envolveríamos – se tão-só soubéssemos onde começar.
Deus ouviu nossa conversa,
porque Ele nos trouxe uma oportunidade. Tudo o que teríamos de fazer seria apresentar-nos!
Admito ter ficado nervosa, sem saber o
que esperar, e cheguei meio arredia. Afinal de contas, eu era a cristã e eles
eram, bem, os sem-tecto.
Eu estava ali para cumprir meu dever cristão, certo?
As oportunidades de ajudar no abrigo
surgiram várias vezes ao longo do inverno, e nunca deixei de comparecer,
humilde e abençoada além da medida.
Ao servir, há uma bênção que não obtemos
quando sentados num banco de igreja. Isso me abriu os olhos – toda vez – para a
humanidade, a realidade, o amor do meu Jesus. Ele estaria ali mesmo também,
entregando esperança junto com as sanduíches.
Lá conheci pessoas que eram simplesmente
pessoas sem um lar – e vi uma franqueza, honestidade e gratidão que com
demasiada frequência se acham veladas numa sociedade polida. Pessoas.
Indivíduos. Filhos do meu Deus e Pai.
A tua vida é um sermão; depende de ti o
tema a ser pregado. Fazer a parte falada pode causar mais dano do que bem, se tu não estás disposto a palmilhar a trilha.
Sinto-me grata por ter recebido a
oportunidade de dar alguns passos nesta caminhada e me distanciar um pouco da
minha zona de conforto.
Ajudar no abrigo não me torna melhor que qualquer outra
pessoa. Mas sou uma pessoa melhor do que antes.
Fui para levar uma bênção, mas
a que recebi foi duas vezes maior. Esse jeito de Deus é engraçado!
Vicki
Macomber Redden
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