Quero Ir

Ele Cuida de Mim

Teia de Aranha

Estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca. Prov. 6:2.

Nunca diga algo que precise ser explicado. Palavras sábias são claras, cristalinas e verdadeiras. A mentira é como a teia de aranha. Quanto mais você tenta sair dela, mais preso fica. Quanto mais explica, mais complica.

A palavra é uma das maiores bênçãos do ser humano. É o maior e melhor instrumento de comunicação. Através dela, você pode dar a conhecer os sentimentos mais nobres ou mais baixos. Com a palavra, você constrói, desenha e descreve os quadros mais belos. Com ela, também trai, desfigura e engana.

O sábio Salomão apresenta, no verso de hoje, a palavra como instrumento de opressão. Irônico como pareça, a vítima é o próprio dono da palavra.

Outro dia, li a notícia de uma criança de dois anos, que morreu asfixiada com uma sacola de plástico. Dói-me só o fato de imaginar aquela criança querendo tirar a sacola da cabeça, desesperada, tentando respirar, enquanto o plástico penetrava cada vez mais em suas narinas. O provérbio de hoje transfere essa situação para a pessoa que fala sem pensar. Asfixia-se nas suas próprias palavras. Enreda-se, fica preso.

A pessoa que mente o faz por insegurança. Finge ser o que não é. Pinta quadros irreais, descreve situações fictícias. Esconde a verdade por medo. Na realidade, não se aceita como é.

Quando Jesus disse à samaritana: “Vai, chama teu marido”, recebeu como resposta: “Não tenho marido.” Mentira. Tinha sim. Mas Jesus criou um clima de amor e segurança para ela abrir o coração. “Bem disseste”, afirmou o Mestre. Ele olha para dentro da mulher, para o seu mundo interior cheio de sombras, inseguranças e temores. Jesus está sempre disposto a encaminhar as pessoas pela senda da verdade, porque esse é o único caminho da liberdade e paz.

A partir daquele momento, a samaritana não precisaria mais mentir. Estava livre da prisão de suas mentiras, meias verdades, ou simplesmente omissão.

Encontrar Jesus é achar segurança e liberdade. A vida torna-se cristalina e as palavras transparentes. Lembre-se do conselho do sábio: “Estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca.”

Alejandro B.

Light of Heaven


Quando Chega a Tempestade


Ser e Estar


Não é a mesma coisa ser rico ou estar rico. Porque não é o mesmo ser do que estar. Nem dentro nem fora. Isto é tão simples de entender que a minha geração aprendeu isto ao ver a “Rua Sésamo”.
Pois, parece que hoje, como sempre, deveria de haver uma versão do programa infantil para adultos: Dentro… fora; ser… estar.

A sociedade ocidental mais do que nunca, provavelmente devido à crise económica e de valores éticos que está a padecer, assediada pela necessidade e pela urgência de resoluções, vive no fio da navalha moral. Talvez eu mesmo também o faça, é certo. Mea culpa. Mas precisamente por isso temos que ter bem claras as diferenças entre dentro e fora, ser e estar. Também não há que esquecer que outros povos de hoje, em outras latitudes, vivem e infelizmente viverão fustigados por uma fome que nós desconhecemos. A nossa crise está omnipresente nos noticiários. A deles, poucas vezes… Somos assim. Achamos que vivemos no centro do mundo embora em algumas ocasiões pareçamos, devido a nossas atitudes egocêntricas, nada mais do que uma verruga.
Nos tempos de Jesus de Nazaré, a palestina do século I vivia imersa numa crise muito maior do que a nossa. Não era algo que durasse quatro, cinco, seis ou dez anos. Era algo endémico e que há muito, muito tempo, que arrasava aquelas terras. Aqueles que tinham a má sorte de ficar gravemente doentes não tinham onde acudir, e podiam morrer sós e agonizando nas ruas. Haviam pais que tinham que decidir a que filho queriam salvar com a pouca comida que traziam para casa. Não há comparação possível com a nossa situação actual. Bom, num aspecto sim: os pobres ficavam cada vez mais pobres e os ricos mais ricos. Nisto as coisas não mudaram muito.

Numa sociedade assim, Jesus de Nazaré teve a audácia de propor um novo sistema de vida, umas regras que subvertiam a escala de valores dominante, e que tinha muito a ver com essa diferença entre o dentro e fora, ser e estar. Com as Suas parábolas e Seus encontros com eles, disse aos ricos que eles não eram ricos, mas sim que “estavam”, e que o seu modo de vida se poderia alterar da noite para o dia (Mateus 7, 26-27); de que na sua maneira convencida de ser se pensavam intocáveis (Lucas 12, 18-20); que a sua forma de ser insensível e descomprometida os conduziria à ruina eterna (Lucas 16, 19-31); que a riqueza não compartida podia afastá-los do essencial (Mateus 19, 16-23); que as suas posses poderiam impossibilitá-los para tomar as decisões adequadas (Mateus 19, 24).  
As mudanças e as reformas que fazem falta para fazer de este mundo um bocadinho mais justo não se votarão nos parlamentos. Os ministros da economia não os irão propor. Os políticos não os farão constar nos seus programas eleitorais porque, por muito boas intenções que tenham, servem mesmo sem o saber ao senho deste mundo, ao deus do dinheiro (Mateus 6, 24). Lutam, sim é o que fazem, numa guerra que se lhes faz demasiado grande, pois quem sustem seus fios é o príncipe deste mundo, o adversário de Deus (Juan 16, 8-11).

Estas mudanças e estas reformas só poderão vir de um coração arrependido da crueldade e injustiça da sua própria riqueza. Houve ricos que, diante das propostas de Jesus, souberam fazer bem as coisas, deram-se conta dos seus erros, quiseram emendá-los e fizeram-no (Lucas 19, 1-10). Talvez penseis que isto não é mais do que uma utopia, mas Jesus não pensava assim. Acreditou de que os ricos ainda estavam a tempo de mudar de atitudes, porque para Deus até isso é possível (Mateus 19, 25-26). Não vou ser eu a contradizê-lo…

No mundo actual onde as desigualdades imperam, onde a injustiça social é uma realidade, qual é o papel que eu posso desempenhar? A resposta é fácil, rápida e talvez demasiado incomodativa para cada um de nós. Infelizmente há sempre quem possa estar em pior situação do que cada um de nós individualmente… e o que posso eu fazer então?  

Há uma coisa que se chama voluntariado. Mesmo sem posses podemos ajudar dando o nosso “precioso” tempo, algumas das nossas forças, alguma da nossa vontade. Onde? Tenho a certeza de que tu sabes.
A maior ajuda que podes receber não é pensando em como te podem ajudar a ti mas sim ajudando.
Pois é… uma coisa é ser, outra coisa é estar. Mexe-te!!!