Misericórdia Divina

“Porque o Senhor é bom, a Sua misericórdia dura para sempre, e, de geração em geração, a Sua fidelidade.”
(Salmo 100)

John Cloud conta na revista Times que, na manhã do famoso 11 de Setembro, Genelle chegou cedo ao 64º andar da torre norte do World Trade Center, onde trabalhava. A jovem ligou o computador e, repentinamente, ouviu um estrondo assustador. Ela não sabia, mas o voo 11 da American Airlines, acabava de bater contra o prédio onde estava.
 No início não teve medo. Só curiosidade. Dirigiu-se à janela e viu um monte de papéis no ar. Ouviu gritos e alguém a dizer que um avião chocara contra o prédio. “Temos de sair daqui”, gritavam alguns. Genelle entrou em pânico. Não sabia se devia descer pelas escadas ou esperar ali. O alarme contra incêndios soava enlouquecidamente. Toda a gente gritava e ninguém sabia o que fazer.
 Quando finalmente decidiu descer, a escada estava cheia de fumo. Nisto, ouviu outro ruído ensurdecedor. Ela pensou que era o fim. O que não sabia é que centenas de pessoas acabavam de morrer ao ruir a torre sul. Eram 9h59 e a torre norte onde ela se encontrava ruiria também 29 minutos depois.
 Genelle descia as escadas do 13º andar, quando ouviu outro ruído descomunal. Sentiu que era levada como uma bola de pingue-pongue e desmaiou. Quando acordou, estava presa. Doía-lhe todo o corpo e não se podia mexer. Tocou em algo macio ao seu lado e percebeu que era um cadáver. Ficou apavorada. As horas passaram e Genelle desmaiou novamente.
 Ao despertar, já era noite. Clamou a Deus. Sentiu-se melhor e orou outra vez. De repente, ouviu vozes e gritou: “Estou aqui.” Uma voz respondeu: “Pode ver a luz?” Ela não podia, mas a equipa de resgate encontrou-a e salvou-a.
 No meio da tragédia daquele dia, Genelle entregou a vida a Deus. Hoje, ela ora e estuda a Bíblia diariamente. Recebeu um pouco de ajuda financeira do governo, mas não pensa em pedir indemnização. “Agora sou cristã”, explica. “Acho que ninguém é culpado. Antes, vivia preocupada só com o dinheiro, e com a minha aparência física. Hoje, coxeio e tenho cicatrizes horríveis, mas isso não me preocupa. Já não tem tanta importância, porque eu estou viva. Só a vida já é motivo para ser feliz”, afirma com convicção.
 Por isso, hoje mesmo que haja sombras à sua volta, reconheça que “o Senhor é bom, a Sua misericórdia dura para sempre”.

Janelas para a vida  – Meditações Matinais 2008
 Alejandro Bullón

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