Liberdade em Cristo

Introduzimos a “Liberdade em Cristo” com o seguinte versículo “Estais, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão.” (Gálatas 5:1).


Que escravidão é esta que Cristo nos libertou?

Paulo está a referir-se à servidão e condenação da lei (mais uma vez surge a questão de que pela lei ninguém é salvo e como infractor da mesma está a ser condenado), à servidão ao pecado, ou seja, a incapacidade de obedecer à lei, de forma perfeita, na condição humana, à escravidão resultante do pecado que é a morte eterna e ainda a servidão ao próprio Satanás, visto que é o “príncipe do mal” porque o próprio Jesus diz: “(...) todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.” (João 8:34) e nós ao cairmos em pecado, estamos a “ser escravos” de Satanás.

É contra esta escravidão que Paulo está a “batalhar” para que os Gálatas não “torneis a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão”.

E Paulo usa tal intensidade na expressão “Estais, pois, firmes na liberdade (...)” que o próprio autor da lição diz que “A energia e a intensidade do tom do apóstolo levam as suas palavras a quase saltarem da página para a acção. (...) Paulo queria que este versículo sobressaísse como um cartaz gigantesco.

A liberdade em Cristo sintetiza todo o argumento do apóstolo e os Gálatas estavam em perigo de ficar sem ela.” De facto a verdadeira preocupação de Deus é de nos libertar das coisas que nos possam prender a este mundo e também aquilo que pode por em causa o nosso relacionamento com Ele.
“Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, porém, a liberdade para dar ocasião à carne; mas servi-vos uns aos outros pelo amor.” (Gálatas 5:13). A Lição da Escola Sabatina remete-nos para a seguinte pergunta na lição de Quarta-feira que é a seguinte: “Que potencial mau uso da liberdade queria Paulo impedir que os Gálatas fizessem?”

O que Paulo tem receio é da potencial confusão na ênfase que dá à graça e à liberdade Cristã. Essa mesma confusão poderia levar os Gálatas a pensar que se eles eram libertos em Cristo, se a salvação é pela fé e pela graça de Deus então podemos fazer o que quisermos.

E Paulo tenta destruir essa confusão. E de que maneira? Paulo no versículo 13 diz para não darem como que uma oportunidade à carne (natureza humana), não ceder à escravidão mas antes para “servi-vos uns aos outros pelo amor”.

E será que isto nos irá conduzir à verdadeira liberdade? Estamos porém conscientes de que este mundo nada oferece, muito pelo contrário, está cheio de egoísmo, ódio, cheio de pecado. E se pensarmos um pouco vemos que a sociedade de hoje em dia está fragilizada com estes problemas, e o que Paulo tem em mente é a sociedade Cristã em que cada um vive e faz do próximo a sua maior preocupação. E Paulo ainda vai mais longe, ao desafiar todos na sociedade. Porque? Se todos nós tivermos como princípio moral “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” e se trabalharmos em prol do próximo então conseguiremos obter a sociedade perfeita. “A nossa liberdade não é para autonimia do eu, mas para escravatura mútua de uns para com os outros com base no amor de Deus.”
A lição de Quinta coloca uma pergunta bastante interessante. “Como é que se reconciliam os comentários negativos de Paulo acerca de “guardar a lei” (Gál. 5:3) com a afirmação positiva de que “toda a lei se cumpre” (Gál. 5:14)?” Paulo de forma alguma está-se a contradizer.

No versículo 13 do capítulo 5 vemos a palavra “guardar” e no versículo 14 do capítulo 5 vemos a palavra “cumpre”. Antes de mais, ambas as palavras têm sentido diferentes. Uma coisa é guardar a lei, outra é cumprir. Paulo quando se refere a “guardar a lei” quer dizer que ao agarrar-se à letra da lei esquece-se o espírito da mesma. Com o nosso próprio esforço não vamos para além da “letra de lei”.

Agora, quando Paulo usa o termo “cumprir a lei” ele está a pensar que quando realmente temos a lei escrita no coração não só observamos a lei à letra como também o espírito da lei é também cumprido. “(...) Paulo se refere positivamente à observância cristã da Lei, nunca a descreve como “guarda da lei”. (...) Isto não implica que aqueles que encontraram a salvação em Cristo, não obedecem. (...) Paulo diz que estes “cumprem” a Lei. Ele quer dizer que o verdadeiro comportamento cristão é muito mais do que a obediência exterior apenas “guardar” a lei;”.

Em Mateus 7:12 Jesus diz “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o vós também a eles, pois esta é a lei e os profetas.”

O amor é a essência de tudo o que está escrito na Bíblia, inclusive dos Dez Mandamentos, e assim ficamos a saber que ao obedecermos aos quatro primeiro mandamentos (Êxodo 20) nós estamos a revelar amor para com Deus e ao observarmos os últimos 6 mandamentos estamos a demonstrar amor para com o próximo.

Gálatas 5:14 diz “Toda a lei se cumpre numa só palavra, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

Paulo está a dizer para seguirmos o exemplo de Jesus indicando assim que o cumprimento da lei é o amor.
“Liberdade é uma das Palavras favoritas do apóstolo Paulo para definir o evangelho. Inclui não só aquilo que Cristo fez por nós ao nos libertar da servidão do mundo, mas também a maneira como somos chamados a viver a vida cristã. (...) Cristo não nos libertou para que nos possamos servir a nós mesmos, mas para que possamos dar a vida em ministério a favor do nosso próximo.”
Que Deus te abençoe grandemente e não te esqueças, estuda sempre a tua lição ;)
R.M.

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